sábado, 18 de outubro de 2008

O Político

Fim do dia, hora de festejar mais uma batalha vencida, trabalho árduo mas compensador, o silêncio era sepulcral todos estavam quietos, assistindo a sua televisão.
Da janela de sua casa observava as ruas imundas, papeis por todos os lados, sua garganta demonstrava o quanto havia falado nos últimos dias, o quanto havia prometido. Nem se lembrava mais do quanto havia prometido, só importava que havia vencido e continuaria no poder.

Homem esperto, era assim que se via e se imaginava. Safo, brasileiro acima de tudo. Não importava os motivos, apenas que tinha mais que o suficiente para si e para os seus. seus projetos inacabados, iria barganhar por mais verba, trocando favores, afinal essa era sua profissão.

Nem se deu conta de quem estava a sua frente, uma figura escura, vestida de negro, olhos vermelhos, asas tão negras quanto sua pele e sua roupa, que se misturavam em um pedaço de noite, capaz de engolir toda a luz artificial que houvesse em seu quarto, em sua mão apenas uma foice de prata, o único brilho que viria daquela imagem.


Segunda feira pós eleição os meios de comunicação já noticiavam os eleitos pelo voto popular, no entanto o alarme e a movimentação eram maiores , todos se acotovelavam para ver o que se passava na praça central da cidade, próximo a estação de trem.

Um corpo, ainda de olhos abertos como Jesus Cristo de braços abertos, como chegou ali, quem o levou, como ninguém ouviu nada????
O vereador mais bem votado da cidade estava ali, irreconhecível pela quantidade de sangue, mas era ele. A paga de seu trabalho, sua recompensa , em vermelho como escrito pelo próprio sangue estava.

O SALARIO DO PECADO É A MORTE!!