segunda-feira, 30 de junho de 2008

O diário de um suburbano....

Bom eu sou mais um mane metido a blogueiro, então começo me apresentando.. mas como todo mundo aqui na net não tem cara, eu digo apenas que sou homem ( do sexo masculino), hétero e um pobre que conseguiu não ser peão, não que isso seja alguma vantagem.. absolutamente, porque hoje em dia ter senso critico é praticamente um ato de suicídio.

Morar na periferia e trabalhar no centro então.... haja Prozac, Gardenal entre outros estimulantes.

Periferia de São Paulo bairro afastado do centro “ cidade dormitório” isso parece mais nome de motel do que lugar, como é foda ser pobre e ter que morar aqui... Morar aqui e ter que trabalhar em no centro.

Trem cheio de manha para ir e trem cheio a tarde na hora de voltar ... mas que merda tem gente que parece que não toma banho, seis da manha e esses tiozinhos já estão com esse cheiro miserável debaixo do braço .... porra nem que for um desodorantezinho de merda da Avon é barato e já alivia, porque diabos alem de pobre tem que ser fedido, e o que me mata de raiva é que ele nem ao menos se da conta disso, segura nesse maldito ferro só para esticar ainda mais esse sovaco maldito e empestear ainda mais o ambiente.

Ahhh sim tem também as empregadas... como pude me esquecer delas, de manha normalmente estão felizes e contentes e sempre encontram alguém da mesma profissão para papear, mas porque diabos não aprendem a falar baixo ... porra eu não quero ouvir a respeito da louça que quebrou, da patroa que não deixa usar o telefone entre outras coisas, seria pedir demais ?

Os manos .. claro como pude me esquecer deles ? sempre muito fashion calça com o fundo no joelho preferencialmente mostrando o cofre ou a borda da cueca, boné ( sou um gangsta americano) e os mais ricos palavreados “e aí mano ceeeeerrrrrto”, “fala truta” ... como sempre mais uma classe que não sabe falar baixo, esses costumam andar em um bando ainda maior, parece que sempre tem um agregado chegando.....

A sinfonia é completa ...... e eu que queria apenas mais 20 minutos de sono ( sim fazem muita diferença no rendimento do meu trabalho) fico aqui no meio de toda essa grande melodia..

segunda-feira, 23 de junho de 2008

A revolta que encontrou Deus .............

Estava ele andando no campus de sua universidade,uma das maiores do estado localizada no exterior, uma antiga fazendo desativada, espaço muito bem aproveitado para diversos cursos todos financiados pelo Estado. Todos as construções em bom estado, grama pelo chão, bem cortada, caminho bem limpo entre os edifícios antigos, muitas áreas verdes onde os alunos aproveitavam para ler, estudar e conversar nos intervalos das aulas... Estava frio, ventava muito, céu acinzentado como se o sol estivesse escondido entre densas nuvens cor cinza...


Tudo estava vazio, ninguém na universidade, até onde podia se ver.... deserto, até que em sua direção veio um jovem, jeans como ele, cabelo comprido como o dele, sorrindo como se o conhecesse, na sua direção como se fosse falar com ele.. um pensamento em sua cabeça, “esse é Jesus” . Não podia ser, como assim .. ele vinha andando devagar, calmo e sereno até se aproximar, mas não disse nada apenas esperou como se soubesse que estava ali para ouvir.....


Então o jovem falou:


Eu queria saber o que você quer de min?.
Afinal de contas porque foi que você me criou assim.
Poucas respostas, perguntas sem fim.
Vivo explodindo com pouco basta o mínimo estopim.
Por tão simples que seja pergunta nem digo não, nem digo sim.
É como se eu caminhasse sem saber para onde vou, só de onde vim.
Mas isso não ajuda muito, na realidade não ajuda nem um poquim.
Para alguns eu sou insosso para outros doce como um quindim.

Engaçado como nosso mundo é grande e ainda não há lugar para min.
Não importa o que eu faço, eu não mudo, vou sempre ser assim.
Mas, de uma vez por todas, o que você Deus quer que eu diga enfim.
Talvez hoje a minha resposta seja, diferente de um dia que foi sim.
Mas a diferença veio com o tempo, pelo que a vida roubou de min
Amargo eu não fiquei, mas se foi aquele sonhador sem fim.
Eu ainda tenho alguns sonhos, uns eu digo não e outros digo sim.
Vejo muita gente andando como eu , vindo de onde vim.
Tomara que não se percam, e que a vida não lhes roube o que roubou de min.

Mas porque será que o Senhor ainda quer algo de min.
Es o todo poderoso aquele que a quem muitos dizem sim.
Não precisas de alguém como eu, errante assim.
Não tenho tanta força para olhar para cima, nem ouço mais seu clarim.
Afinal de contas não sou exemplo, não quero que me sigam
E nem que olhem para min.
Que fiquem longe, não me olhem afinal não tenho sorriso de marfim.
Se tenho algo de bom eu mesmo não vejo, sou híbrido, nem não nem sim.
A mudança mudou e fim.
Jesus sorriu, nada respondeu .......... era o fim do primeiro de muitos encontros

segunda-feira, 16 de junho de 2008

O pregador

Mochila nas costas, rebeldia no coração e vontade de viver a liberdade a que tanto lutou para conquistar, boné, jeans, tênis e um mundo mudo á sua frente no escuro ônibus de viagem rumo á São Paulo, uma viagem curta, quem em sã consciência iría querer morar nesse “hospício a céu aberto”.

Na mochila alguns livros, anotações, preservativos, algumas roupas e pouco dinheiro afinal de contas era uma viagem rápida. São Paulo era boa assim, poucos dias somente o necessário; Primeira parada senta-se ao seu lado uma senhora aparentando 40anos estatura media, porte físico proporcional, aparência calma e semblante sereno.

..... Bom dia
..... Bom dia.
..... Você sabe me dizer em quanto tempo chegamos em São Paulo ?
..... Mais umas duas horas, no Maximo – respondeu ele sem muita paciência para um próxima pergunta, conversar amenidades não era seu ponto forte.
..... Obrigada – Disse ela amavelmente enquanto tirava da bolsa um pacote.

..... Isto é para você - estendeu-lhe o embrulho.
...... É alguma brincadeira ? , o que é isso? , para que isso ? – serio e desconfiado pegou o pacote.
...... Abra – disse ela sorrindo.
...... Me desculpe, seja o que for, obrigado mas não é meu e não quero – disse ele direto e seco devolvendo o embrulho.
...... Meu jovem, está manha Deus me disse que encontraria você e que esse era o propósito de minha viagem, não tenho ninguém em São Paulo, o propósito de eu estar aqui é para dar-lhe isto, tome – disse ela ela simpática porém firme – você vai precisar.

A curiosidade o fez pegar novamente o pacote e abrir, era um bíblia, exatamente igual a que teve um dia.

..... Deus quer usar você filho, não sei exatamente o propósito mas sei que você é um escolhido dele – Deus te ama muito, ele te preservou até aqui, cuidou de você e agora quer te usar para uma importante tarefa.

.... A senhora e seu Deus devem estar enganados, eu sou agnóstico e há muito tempo que não leio este livro aqui nem mesmo para pesquisa, não acredito nele.

..... Sei o que vai dizer filho, este livro foi sim escrito por homens porque o instrumento dele para fazer sua obra nesta terra são os homens, Deus tem um chamado para você que é tão bom no uso da palavra, você não sabe mas foi Deus que lhe deu este dom, você deverá usá-lo no devido tempo – agora sua expressão era seria e compenetrada. – Você é um jovem ousado e perseverante, lutou muito na vida e se decepcionou com os homens, mas Deus está acima de todos os erros que um homem pode cometer, você nem se lembra mais da oração que fez há 15 anos atrás, mas Deus se lembra.

..... Bom tudo que tenho que fazer é guardar certo ? - perguntou ele farto daquela conversa e sem a mínima vontade de prolongar o assunto – pois está entregue, missão cumprida – guardou a bíblia, pegou seu fone de ouvido e ligou no ultimo volume, não queria mais conversa, fechou os olhos e dormiu profundamente.

..... Esse Deus chegou só uns quinze anos atrasado.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

O encontro ....................

O ambiente era diferente de todos os lugares por onde já esteve antes, começando pela rua escura, pouca iluminação, sujeira pelos cantos, cheiro não muito agradável.... Contudo a sujeira e o fedor não era maior que seu espanto, coração disparado, a cada passo, cada olhada no ambiente completamente novo, a impressão que tinha era que seu coração sairia pela boca.

Mulheres de todo tipo e em todos os lugares, encostadas em postes, muretas, grades ou onde fosse possível ... Altas, baixas, gordas, magras, loiras, morenas e negras, todas seminuas.. Corpo a mostra, algumas chamando-o, outras provocando sendo mais ousadas... Em comum ali todas tinham o fato de venderem seus corpos, e ali naquele lugar considerado por muitos como um antro de perdição, a Sodoma de nossos dias, a grande Babilônia descrita no livro de apocalipse estava ele, um jovem tímido, que nunca havia conhecido o sabor do pecado ou do prazer fácil. Olhou em volta e seus olhos viram algo novo, seus olhos fitaram uma menina .......... Uma jovem menina, olhos negros como os de um felino, corpo moreno cabelo preto, micro saia, sem calcinha, com uma lanterna na mão iluminava o meio de suas pernas, mostrando sua grande oferta a ser cobiçada pelos homens.

Não se imaginava ali, mas o tesão era maior que todo receio que pudesse sentir; se aproximou, a menina era linda e com atributos físicos os quais desejava, falava com sotaque nordestino, seu nome era Lavigni .... Caminharam e entraram em um cinema, diferente de todos os que já havia entrado antes, ambiente pesado, lúgubre, escuro, ninguém olhava a tela, os astros eram os próprios expectadores e foi ali, onde pela primeira vez ele descobriu as delicias e os pecados que o corpo de uma mulher pode oferecer, foi ali que descobriu o porque o caminho da perdição era tão povoado.
Suas mãos percorreram aquele corpo que tanto surpreendeu seus olhos, sua pele era macia, tão fria quanto a temperatura da noite, seu cheiro era de perfume barato, foi o pouco que pode perceber estando tão afoito, aquele toque, aquele cheiro, olho-a ainda mais de perto, batom vermelho, beijou , beijou longamente , sua lingua percorreu sua barriga, seus seios.......

Ao abrir os olhos se deparou com muitas pessoas olhando, como se fosse um espetáculo... Sua pressa o fez apressar o alívio, sua calça social denunciava que não conseguirá concluir seu intento mas momentaneamente matou seu desejo. Nesse momento sentiu vergonha..... A menina riu, situação incomum essa.... O jovem se levantou e saiu apressadamente não sem antes deixar a nota de 20 reais na poltrona, era difícil correr estava sujo, mas naquele momento somente queria sair dali... Pelo menos por enquanto.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

O despertar do desejo.............

Abrindo os olhos devagar os vultos vão aos poucos tomando forma, não era seu quarto nem sua cama, as roupas ainda jogadas pelo chão, completamente nu e um pouco cansado pelo esforço e pela fúria da noite anterior ainda abraçado a uma linda mulher que dormia profundamente.

Parecia um anjo, expressão serena, calma, tranqüila como que pedindo proteção como se precisasse de um homem para lhe proteger e este homem tinha quer ser ele, seus braços e seu corpo. O quarto ainda tinha o cheiro dos corpos, que denunciava que aquela expressão nada tinha de angelical, pura ou inocente.

Aos poucos o desejo voltava ainda mais forte, mais ardente ... duas vozes gritavam ao seu ouvido, o desejo de possuí-la e ser possuído por ela e a culpa, sim a culpa pelo ato pecaminoso que ali se consumou. Seu corpo tremia,um frio percorria a espinha, sua respiração ficava novamente ofegante, o beijo foi inevitável para acorda-la e seu corpo respondeu por si só, mãos, beijos toques e tudo recomeçou tão intenso e tão voraz como na noite passada sem pausa para respirar, o ar que absorvia vinha daquele corpo,a agua que beberia teria o salgado sabor de seu suor ou daquela boca que com a mesma voracidade lhe possuía aredentemente sedenta, faminta, louca........insaciável.

Foram horas intermináveis, até que seus corpos se separaram pelo cansasso, beijos gulosos e famintos, desejos sem fim, mas o dia tinha que seguir seu rumo, a vida tinha que seguir seu rumo.

Agora o peso do dia, da rotina, e do remorso que começava a corroer o espírito.

A tarde passou devagar, pesadamente se arrastou até que chegou a noite e era hora de fazer o que era certo. Depois de um longo banho vestiu seu terno, gravata e foi para a igreja. Era tudo diferente desta vez, a musica já não lhe acolhia, ninguém sabia de nada, mas se sentia como um corpo estranho no meio dos outros, que por fora se igualavam a ele.

“Tudo entregarei ..... tudo entregarei, sim por ti Jesus ó Cristo tudo deixarei” ...... A musica se repetia e o publico cantava com vervor, mãos levantadas, lágrimas em alguns olhos.

Não havia som em seus lábios para cantar, sua cabeça estava longe, muito longe dali, não eram verdade aqueles versos, pelo menos para ele... sim ele deixaria tudo aquilo ali, absolutamente tudo... Mas para estar com ela, para possuí-la novamente, para saciar a fome de seus lábios, de seu corpo, não fazia sentido por que tinha que ser pecado algo tão essencial para seu corpo, algo que seu corpo se deliciava quanto mais pensava mais desejo crescia. Mas por hora apenas o conformismo o mantinha ali ouvindo tudo o que não lhe pertencia mais nem o satisfazia....... E o desejo mantinha-se em fogo brando pronto para queimar-lhe a alma durante a noite lentamente, constantemente assim como a alma dos pecadores que tanto ouviu falar naquela noite, terrível fogo .....desejo. Era Deus a lhe culpar ? mas por que permitiu que tudo acontecesse daquela forma, porque todas as noites o desejo lhe devorava a alma, lhe matava por dentro.

A pregação agradava o publico ao redor que manifestava sua aprovação as palavras do pregador com outras palavras de incentivo, aplausos e aleluias...Ele se limitava a olhar para o chão hora para o teto mas não tinha outra opção senão simplesmente ficar ali e ouvir, lembrar e queimar de desejo e romorso que se alternavam.......... aquele corpo, aquela pele, aquele toque, aquele cheiro tudo girava......... queria mais, precisava de mais, tinha que conseguir mais.........

Os dias se seguiram como de costume, era engraçado como as pessoas podiam ver somente por fora, ninguém podia ver sua alma, seu espírito e seus desejos. Estava tudo ali, ninguém via nem ouvia.........., Graças a Deus, que sempre silencioso guardava seu segredo.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

APRESENTAÇÃO

Bem vindos, o vício de escrever realmente é como um doce, suave e lento veneno, nos faz flutuar em nossa propria mente e com ela produzir o melhor e o pior de nós mesmo ......

Ahhh esse vale de tribulações pelos quais passamos, essa vida que sempre nos engana, nos maltrata e nos ensina, doce e amarga..... as vezs alternando , ora se sobrepondo.

Aqui é meu quarto maior,o quarto da bagunça... diferente da ironia entre vencer e perder; aqui é o lugar onde as palavras prescisam encontrar uma continuidade, coerência... Aqui eu não manipulo palavras e sim idéias ... Sempre fervilhando, burbulhando, será meu laboratório... e como sempre, público.

Pretendo aqui escrever os meus contos, crônicas e historias .... se algum dia eu me tornar um escritor, todos podem saber que aqui foi o nascedouro de tudo.... Se eu não for, será apenas mais uma ironia !