segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Rumores de Guerra - O INICIO

Rumores de Guerra.....



Manha de sol, periferia de São Paulo, comunidade que cresceu onde sobra o que a sociedade não quer mais, caminho dos trabalhadores, eram apenas algumas casas de madeira, um amontoado que cresceu e se tornou tão grande e tão conhecido como a cidade que a abrigava.

O cheiro insuportável era sentido a quilômetros de distancia assim como a montanha chamava a atenção, disforme, feia ... apenas um amontoado de alumínio, plásticos , papelão e comida, muita comida vencida, era o conhecido lixão.

A comunidade crescera ao redor dele, se alimentado dele e se tornará forte e robusta, se alimentando do lixo, do que a sociedade não aproveitava mais, do resto... e aquele resto criou a comunidade, alimentou a comunidade, deixou-a tão forte quanto a própria política que formará e hoje alimentava o “lixão”.

A comunidade era cortada pela linha férrea que levava dezenas de trabalhadores de um canto a outro da cidade, a migração pendular a qual milhares de trabalhadores se submetem todos os dias afastando-se da periferia rumo ao centro da grande capital para ganhar o pouco e suado salário que alimenta suas famílias.

Neste cenário como um dia comum a comunidade amanheceu agitada como sempre, dia de semana, aqueles que possuíam empregos se levantaram cedo para trabalhar. Os que vagaram pelo turno da noite estavam para se recolher, e aqueles que vagavam pelo turno do dia se preparavam para apenas circular pela comunidade.

Ela se levantou como normalmente fazia, se vestiu e saiu para trabalhar, seu nome era Rosa, apesar do nome de flor sua vida estava longe de ser comparada a um jardim, empregada domestica durante o dia, costumava referir-se ao emprego como “ a casa grande”

Contudo a vida de Rosa não se limitava ao emprego, tinha uma atividade menos conhecida por sua mãe e muito menos pelas senhoras idosas da comunidade, Rosa nas noites de sábado era a “ MC LANE”, funkeira que cantava as realidades de uma vida no subúrbio, esse era o que considerava seu “ verdadeiro emprego”.. subir nos palcos da periferia e cantar o que em sua concepção era a realidade.

Naquela manha encontrou alguns amigos no ponto de ônibus, o clima descontraído de sempre, semana começando exceto por um detalhe .. algo imperceptível, simplesmente sentia que algo não estava bem.

Foi quando avistou seu ônibus chegando preparou-se para dar o sinal quando ouviu

- FOGO , FOGO !!!!!!!!

Continua ..............